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Campos de extermínio

  • Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
  • 31 de dez. de 2013
  • 6 min de leitura

Campos de extermínio

Acredita-se que 25 grandes campos de extermínio existiram, sob o comando de Şükrü Kaya, um dos maiores colaboradores de Mehmed Talat. A maioria dos campos situavam-se perto das modernas fronteiras entre Turquia, Síria e Iraque. Alguns foram apenas campos de trânsito temporários. Outros, como Radjo, Katma, e Azaz, podem ter sido usados apenas temporariamente, para valas comuns; estes sítios foram revogados por volta do outono de 1915. Alguns autores também afirmam que os campos de Lale, Tefridje, Dipsi, Del-El, e al-'Ayn Ra foram construídos especificamente para aqueles que tinham uma expectativa de vida de alguns dias.[71]

Reações

Reações otomanas

Mais informações: Corte Marcial da Turquia de 1919-20

Massacre em cidades do Cáucaso, noticiado pelo jornal New York Timesem 23 de fevereiro de 1915

Refugiados armênios em Bitlis, 1916, durante o período da Administração da Armênia Ocidental

Rafael de Nogales Méndez (1879-1936), oficial venezuelano que serviu no exército otomano, escreveu um relato detalhado dos massacres em seu livro Cuatro años bajo la media luna'

Em 1919, o sultão Mehmed VI ordenou que as cortes marciais julgassem membros do Comitê de União e Progresso por sua responsabilidade em envolver o Império Otomano na Primeira Guerra Mundial. A questão armênia foi usado como uma ferramenta para punir os líderes do Comitê. Mais tarde, a maior parte dos documentos gerados nesses tribunais foram usados para estudos internacionais.[72]

Em janeiro de 1919, um relatório ao sultão Mehmed VI acusou mais de 130 suspeitos, a maioria dos quais eram altos funcionários. O tribunal militar descobriu que o desejo do Comitê para a União e o Progresso era eliminar os armênios fisicamente, através da chamada organização especial.[73] O pronunciamento de 1919:[74]

“Levando em consideração os crimes acima mencionados, o tribunal marcial declara, por unanimidade, a culpabilidade, como principais autores destes crimes os fugitivos: Mehmed Talat, ex-grão-vizir, Enver Paxá, ex-ministro da Guerra, desertores do Exército Imperial, Ahmed Djemal, o ex-ministro da Marinha, também desertor do Exército Imperial, e Dr. Nazim Efendi, ex-ministro da Educação, membros do Conselho Geral do Comitê de União e Progresso... a Corte Marcial pronuncia, em acordo com as referidas prescrições da Lei a pena de morte contra Talat, Enver, Cemal, e Dr. Nazim.”

O termo Três Paxás refere-se ao triunvirato que fugiu do Império Otomano no final da Primeira Guerra Mundial (Mehmed Talat, İsmail Enver e Ahmed Djemal). Nos Julgamentos de Constantinopla, em 1919, eles foram condenados à revelia, recebendo sentenças de morte. A Corte Marcial da Turquia de 1919-1920 desmantelou oficialmente o Comitê de União e Progresso, confiscou seus bens, e os bens das pessoas consideradas culpadas. Pelo menos dois dos três foram posteriormente assassinados por armênios durante a punitiva Operação Nêmesis.[75][76]

De acordo com o ex-governador da província de Alepo Mehmet Celal Bei, o então governador de Konya, explicou-lhe a situação e disse:

“Sangue fluindo em vez de água no rio, e milhares de inocentes, crianças, idosos, mulheres indefesas e jovens fortes estavam caminhando para a morte neste fluxo de sangue.[77]”

Halil Kut, tio de Ísmael Enver escreveu em em suas memórias:

“A nação armênia, da qual eu tinha tentado aniquilar o último membro, porque ela tentou apagar o meu país da história enquanto prisioneiros do inimigo nos dias mais terríveis e dolorosos da minha pátria, a nação armênia, que eu procuro restaurar sua paz e luxo, porque hoje ela refugia-se sob a força da nação turca. Se você permanecer fiel à pátria turca, eu vou fazer-lhe todo o bem que eu puder. Se estiver ligado aos absurdos Komitadjis (rebeldes anti-otomanos) novamente, e tentar trair a o povo e a pátria turcas, vou pedir a minhas forças que cerquem todo o seu país e eu não vou deixar nem mesmo um único armênio respirando por toda a terra. Tenha isto em mente.[78]”

Em 1919, Ahmet Refik escreveu: "os unionistas (Comitê de União e Progresso) queriam remover o problema das seis vilaietes (províncias armênias)[nota 2] com a aniquilação armênia", em sua obra intitulada Iki Iki Komite Kıtal.[79]

Em uma sessão secreta da Assembleia Nacional, realizada em 17 de outubro de 1920, Hasan Fehmi Bei, deputado de Bursa, no momento, disse:

“Como você sabe, a questão da deportação foi um evento que fez o mundo protestar e fez todos nós sermos considerados assassinos. Nós sabíamos, antes de termos feito isso, que o mundo cristão não toleraria isso e que iria dirigir sua fúria contra nós. Por que imputar o título de assassina a nossa raça? Por que entramos em luta decisiva e tão difícil? Isso foi feito apenas para garantir o futuro de nosso país que nós conhecemos como mais precioso e sagrado do que nossas vidas.[80]”

Pérsia

Devido ao fraco governo central e incapacidade de Teerã para proteger seu território, nenhuma resistência foi oferecida por seus soldados, em sua maioria islâmicos. Após a retirada dos russos do extremo noroeste da Pérsia, tropas turcas invadiram a cidade de Salmas, torturam e massacraram os habitantes armênios cristãos da forma mais cruel possível.[81]

Tríplice Aliança

Parte de uma série sobre

Genocídios

Questões

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  • Genocídio em Bangladesh em 1971

  • Genocídio cambojano

  • Genocídio em Ruanda

Tópicos relacionados

  • Genocídios na história

  • Campos da morte

  • Campo de extermínio

  • Genocídio dos povos indígenas

v • e

Integrantes da Tríplice Aliança também testemunharam o genocídio. A missão diplomática alemã no início de 1915 foi liderada Hans von Wangenheim (após a sua morte em 1915, sucedido por Paul Wolff Metternich). Como Henry Morgenthau Sr., von Wangenheim começou a receber muitas mensagens perturbadoras de funcionários consulares de todo o Império Otomano que detalhavam o massacre de armênios. Da província de Adana, o cônsul Eugene Buge informou que o chefe Comitê de União e Progresso havia jurado matar qualquer armênio que sobrevivesse as marchas de deportação.[27] Em junho de 1915, von Wangenheim enviou um telegrama a Berlim informando que Talat tinha admitido que as deportações não "eram realizadas apenas por considerações militares". Um mês depois, ele chegou à conclusão de que há "já não havia dúvida de que a Sublime Porta (governo otomano) estava tentando exterminar a raça armênia no Império Turco".[61]

Quando Wolff-Metternich sucedeu von Wangenheim, continuou enviando mensagens semelhantes: "O Comitê exige a extirpação dos últimos remanescentes dos armênios e o governo deve ceder... Um representante Comitê é designado para cada uma das administrações provinciais ... turquificação significa licença para expulsar, matar ou destruir tudo o que não é turco".[27]

Max Erwin von Scheubner-Richter, documentou vários massacres de armênios. Ele enviou 15 relatórios sobre "deportações e assassinatos em massa" para a chancelaria alemã. Seu relatório final observou que menos de 100.000 armênios foram deixados vivos no Império Otomano: o resto tendo sido exterminados (alemão: ausgerottet).[61]Scheubner-Richter também detalhou os métodos do governo otomano, observando seu uso da Organização Especial e outros instrumentos burocratizados de genocídio.[82]

Os alemães também testemunharam a forma como armênios foram queimados. Segundo a historiadora britânica, Bat Ye'or:

“Os alemães, aliados dos turcos na Primeira Guerra Mundial... viram como as populações civis foram fechadas em igrejas e queimadas, ou reunidas em massa em campos, torturadas até a morte, e reduzidas a cinzas.[83]”

Oficiais alemães estacionados no leste da Turquia contestaram a afirmação do governo de que os armênios iniciaram revoltas, sugerindo que as áreas foram "tranquilas até o início das deportações".[62]

Outros apoiaram abertamente a política otomana contra os armênios. Como Hans Humann, o adido naval alemão em Constantinopla disse ao embaixador dos EUA, Henry Morgenthau Sr.:

“Eu vivi na Turquia a maior parte da minha vida... conheço os armênios. Eu também sei que tanto armênios e turcos não podem viver juntos neste país. Uma dessas raças tem que ir. E eu não culpo os turcos pelo o estão fazendo com os armênios. Eu acho que eles estão inteiramente justificadas. A nação mais fraca deve sucumbir. Os armênios que desejam desmembrar a Turquia, que são contra os turcos e alemães nesta guerra, não tem o direito de existir aqui.[30]”

Em uma conferência de genocídio realizado em 2001, o professor Wolfgang Wippermann da Universidade Livre de Berlim apresentou documentos que comprovam que o alto comando alemão estava ciente dos assassinatos em massa na época, mas preferiu não interferir ou falar.[61] Fotografias sugerem que alemães participaram do assassinato em massa[84] e algumas das testemunhas alemãs do holocausto armênio desempenhariam papel no regime nazista. Konstantin von Neurath, por exemplo, foi designado ao IV Exército turco em 1915, com instruções para monitorar "operações" contra os armênios, que mais tarde tornou-se ministro das Relações Exteriores de Hitler e "Protetor da Boêmia e Morávia" durante o regime de terror de Reinhard Heydrich na Tchecoslováquia.[85]

Num discurso, para tranquilizar seus oficiais sobre as consequencias da invasão da Polônia proferido poucos dias antes, em 22 de Agosto de 1939, Adolf Hitler declarou:

“Quem fala, ainda hoje, sobre o extermínio dos armênios? [86] [87]”

Tríplice Entente

Em 24 de maio de 1915, a Tríplice Entente advertiu o Império Otomano que:

“Tendo em conta estes novos crimes da Turquia contra a humanidade e a civilização, os governos aliados anunciam publicamente a Sublime Porta que irá responsabilizar pessoalmente por esses crimes todos os membros da governo otomano, bem como seus agentes implicados em tais massacres.[88]”

A cidade de Alepo caiu nas mãos dos britânicos e foram encontrados muitos documentos que confirmavam que o extermínio dos armênios teria sido organizado pelos turcos. Um destes documentos é um telegrama circular dirigido a todos os governadores:[89][90]

“À Prefeitura de Alepo: Já foi comunicado que o governo decidiu exterminar totalmente os armênios habitantes da Turquia. Os que se opuserem a esta ordem não poderão pertencer então à administração. Sem considerações pelas mulheres, as crianças e os enfermos, por mais trágicos que possam ser os meios de extermínio, sem executar os sentimentos da consequência, é necessário por fim à sua existência. 13 de setembro de 1915.

 
 
 

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